I
O DIA EM QUE MEU CAVALO
RESOLVEU PINTAR AS CORES DA BANDEIRA
A PÁ LAVRA
ARMA A POESIA
TERRA
DE SANTA CRUZ
ao
batizarem-te
deram-te
o nome:
posto
que a tua profissão
é
abrir-te em camas
e
dar-te em ferro
ouro
prata
rios,
peixes, minas, mata
deixar
que os abutres
devorem-te
na carne
o
derradeiro verme
IN(CONFIDÊNCIA MINEIA)
sal gado mar de fezes
batendo nas muralhas
do meu sangue in(confidente)
quem botou o branco
na bandeira de alfenas
só pode ser canalha
na certa se esqueceu
das orações dos penitentes
e da corda que estraçalha
com os culhões de Tiradentes
RETÓRICA
salve
lindo pendão que balança
entre
as pernas
abertas
da paz
sua
nobre sifilítica
herança
dos
rendez-vous
de
impérios atrás
TROVA
MEU coração é tão hipócrita
que não janta
e
mais imbecil
que ainda canta
ou
viram no Ipiranga
às margens plácidas
uma bandeira arriada
num país que não levanta
ECO LÓGICA
fosse o brasil
mulher
das amazonas
caminhasse
passo a passo
disputasse
mano a mano
guardasse
a fauna e a flora
da
fome dos tropicanos
ouvisse
o lamento dos peixes
jandais
araras e tucanos
não
estaríamos assim condicionados
aos
restos do sub-humano
TERCEIRO MUNDO
sonho rola no parque
sangue ralo no tanque
nada a ver com tipo dark
muito menos com punk
meu vício letal é baiafro
com ódio mortal de yanque
subVersão
só
desfraldando
a
bandeira tropicalha
é
que
a gente avacalha
com
as chaves dos mistérios
dessa
terra tão servil
tirania
sacanagem safadeza
tudo
rima uma beleza
com
a pátria mãe que nos pariu
PÁTRIA A( R)MADA
só me queira assim caçado
mestiço vadio latino
leão feroz cão danado
perturbando o seu destino
só me queira encapetado
profanando aqueles hinos
malandro moleque safado
depravando os seus meninos
só me queira enfeitiçado
veloz macio felino
em pelo nu depravado
em sua cama sol a pino
e só me queria desalmado
cão algoz e assassino
duplamente descarado
quando escrevo e não assino
Artur Gomes
NAÇÃO GOITACÁ
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