sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

carne proibida

 

carne proibida

 

o preço atual

 proíbes que me comas


mas pra ti estou de graça
pra ti não tenho preço


sou eu quem me ofereço a ti
músculo & osso


 leva-me à boca
e completa o teu almoço

Artur Gomes 

www.fulinaimagens.blogspot.com

 

 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

múltiplas poéticas

Poética 3

O que Isadora me diz
quando musa em meu poema
apenas lê em silêncio, muda
ou se transnuda em sua casa
e me devora
como um pássaro cria asas
e voa pelo litoral de Ipanema?

Artur Gomes

www.secretasjuras.blogspot.com


Teatro do Absurdo

todos os cães são azuis o cão azul é invisível mas ele vê e Rúbia Querubim também, foi isso que disse a ele diante do espelho antes dela encarar a sua primeira cena

Artur Gomes



linguagem

 

linguagem

o que vai
de um lado da ponte
a outra
é o que sai da boca

o que entra é a língua
a que entorta
beija sem pedir licença
chupa morde goza
na entrada e na saída

sem ter adeus na despedida

Artur Gomes Fulinaíma
do livro inédito - FULINAIMAGEM 


cacau

 

Balbúrdia-Circo-Cine-Transcendental
salve Cacau e o lançamento do seu sétimo livro no Museu da República dia 7 de novembro e na Balbúrdia Poética 2 dia 13 de dezembro em La Taberna de Laura - Rua Xavier da Silveira, 34 - Copacabana - Rio de Janeiro


bandeira nacional

 

                         Hélio Oiticica 


bandeira nacional

com palavras
sons
imagens
e versos
inauguro o monumento
no planalto central

araçá azul
domingo no parque
vapor barato
mal secreto

pérola negra
construção
cabeça
poema concreto

arte
poesia
teatro
cinema
pós poema

terra em transe
tropicália
grande sertão
veredas
vidas secas
memórias do cárcere

parangolés
hélio oiticica
artur bispo do rosário
bacurau

seja herói seja marginal

Artur Gomes Gumes
O Poeta Enquanto Coisa

www.secretasjuras.blogspot.com


sistema fakebook

 

galera amiga, preste muita atenção no negócio que é o sistema facebook

descobri que esse sistema está em uma guerra ferrenha com o blogspot, que é um sistema de blogs do google. links do blogspot violam os padrões de segurança do sistema fascibook e eu nem acredito numa #BalbúrdiaPoética dessas. por não impulsionar ou patrocinar as minhas postagens as minhas contas Artur Gomes e Artur Gomes Gumes foram bloqueadas.


o poema as vezes pode ser sabre

 

o poema as vezes é sabre

lâmina fina como o vento
ou folhas suspensas
sobre um verde
quase água
quase pluma
levita sobrevoa se espraia
na voragem do dia
como os dedos da moça
ao atiçar o clic
no instante exato da fotografia

Artur Gomes
www.fulinaimicamente.blogspot.com


Alice

 

Alice
para Alice Melo Monteiro Gomes

A música está no bico dos pássaros
na pétala da lamparina
no caracol dos teus cabelos
no movimento dos músculos
no m das tuas mãos
nada mais sagrado
do que teus olhos acesos
para me iluminar na escuridão

Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux - 2020
https://secretasjuras.blogspot.com/


Artur Gomes 50 Anos de Poesia

 

Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de Poesia – Memória e Resistência – Uma Trajetória Multilinguagens

No longo bate papo semana passada com a minha querida amiga, Jailza Mota, no Museu Histórico de Campos, para o seu TCC de Licenciatura em Teatro no IFF, alguns detalhes dessa trajetória, que até então me passavam despercebidos, vieram a tona.

Em 1977 no texto de Orávio de Campos Soares, para o livro Além da Mesa Posta, ele profetiza, que minha poesia, até então, simbolista e existencialista, dos dois livros anteriores: Um Instante No Meu Cérebro e Mutações Em Pré-Juízo, iria desaguar com o foco no social.

Jailza Mota observa que, o próprio título Além da Mesa Posta, mesmo que o seu conteúdo, não seja de poesia com foco no social, nos dá margem para pensar muito além da “Santa Ceia, mas em todas as “mesas postas” nos lares de todas as famílias dos desprivilegiados por esta país afora.

Pois bem, em 1978 dois escrevo dois poemas onde o social estão explícitos em suas temáticas: Canta Cidade Canta, vencedor do Festival de Poesia, promovido pelo Departamento Municipal de Cultura de Campos e Jesus Cristo Cortador de Cana, publicado em livreto de cordel.

No mesmo ando de 1978, um Grupo de Teatro ligado ao convento dos Padres Redentoristas, cria uma encenação com o poema Jesus Cristo Cortador de Cana, com a intenção de encená-lo na ETFC, mas é censurado pela direção da Escola. Mas em 1989, ele sobe ao palco do Teatro de Bolso, interpretado por Eugênio Soares, na montagem que dirigi com 9 estudantes da Escola de Serviço Social da UFF, para a tese de conclusão do curso, refletindo sobre a vida das mulheres dos cortadores de cana, e trabalhadores da antiga e extinta Usina de Outeiro.

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jura secreta 62

 

 

Juras secreta 62

tenho estado
entre o fio e a navalha
perigosamente – no limite
pulando a cerca da fronteira
entre o teu estado de sítio
e o meu estado de surto

só curto a palavra viva
odeio uma língua morta

poema que presta é linguagem
pratico a SagaraNAgem
na esquina da rua torta

Artur Gomes

Juras Secretas
Edititora Penalux – 2018
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o último goytacá

 

quando te tocar
é pra alvoroçar os teus cabelos
eriçar teus pelos
molhar os teus mamilos de saliva
com essa língua viva
aqui na minha boca

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o pau brasil sangra

 


O Pau Brasil sangra

Amazônia clama por socorro
o fogo queima e o mundo
gira feito carrapeta
armar o país de livros
única forma de salvação para o planeta

olha o tesouro que acaba de chegar aqui na Estação 353. com este poema do livro Pátria A(r)mada 2ª Edição.
valeu Luis Turiba - grande amigo poeta e parceiro

Deus não joga dados
mas a gente lança
sem nem mesmo saber
se alcança
o número que se quer
mas como me disse mallarmè
:
- vida não é lance de dedos
A vida é lança de dardos
Deus não arde no fogo
mas eu ardo

Artur Gomes
Pátria A(r)mada –
Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio 2020
2ª Edição – 2022
Desconcertos Editora – São Paulo-SP
https://arturgumesfulinaima.blogspot.com/ 


terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Artur Gomes - 50 Anos de Poesia


Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de Poesia
– Memória e Resistência – Uma Trajetória Multilinguagens

 Em 1980 escrevi e publiquei a primeira edição do livro O Boi-Pintadinho com prefácio de Osório Peixoto. Logo depois seus textos, poemas e letras de cantorias foram adaptadas para o Auto do Boi-Pintadinho – Teatro de Rua - que até 1987 percorreu as ruas, praças, becos, quadras de esportes e estádios de futebol em Campos dos Goytacazes.

 No elenco para a sua primeira incursão pelas ruas, foi formado por alguns alunos da Oficina de Teatro da ETFC, alguns componentes da Banda Marcial e algumas pessoas envolvidas com Teatro na cidade, como: Pavuna, Ferrugem, Guilherme Freitas, Amauri Joviano, e Gina Ruelles. Além da rua, em 1980 fizemos também uma apresentação no Teatro de Bolso, tendo com trilha sonora a música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho. A partir de 1981, todo elenco passou a ser formado por alunos e alunas da Oficina de Teatro da ETFC.

 Em 1981, com Boi-Pintadinho, parceria com Paulo Ciranda, vencemos o Festival de Música de Miracema-RJ.

 Em 1987, em homenagem a Eleição de Luciano D´Ângelo para a direção da Escola, encenamos no Ginásio de Esportes a Ciranda do Boi Cósmico, com alguns elementos em sua concepção criados pelo professor, Marcos Maciel, no laboratório de eletrotécnica e um cenário de lâminas de papel krafit criado por Genilson Soares, os famosos pênis voadores, que desciam do teto do Ginásio até o chão, o que levou alguns funcionários e professores, a entrarem em estado de surto.

 

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Jura Secreta 98


fosse quântico esse dia
calmo claro intenso inteiro
20 de fevereiro
sendo assim esperaria

mesmo que em meio a tarde
TROVOADAS tempestades
insanidades guerras frias
iniqüidade
angústia
agonia
mesmo assim esperaria

20 horas
20 noites
20 anos
20 dias

até quando esperaria?
até que alguém percebesse
que mesmo matando o amor
o amor não morreria

Artur Gomes

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Bolero Blue


beber
desse conhac em tua boca
para matar a febre
nas entranhas entredentes
indecente
é a forma que te como
bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é
que a fome desse beijo
furta qualquer palavra presa
como caça indefesa
dentro da carne que não sai

Artur Gomes

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sede dos meus olhos


carinhosamente
bebo os olhos teus
pra matar a sede
e aflição dos meus

toda água desse rio
beberia eternamente
pois a minha sede
não se mata de repente

é paixão que não tem hora
pra poder chegar
barco que vai embora
sem saber voltar

navegando mar inteiro
vales rios velas cais
pois a sede dos meus olhos
não se mata nunca mais

Artur Gomes
in Suor & Cio - 1985
na foto: Ana Clara Cardoso

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Froydiana


silvinha.
azul são os teus olhos
a cor dos pelos não conheço
teus seios ainda não toquei.

dracena é uma terra roxa
nave extra terrena que humanos
não decifraram

pequena vagina virgem
onde os dendos ainda não entraram

e os cachos de uvas apodrecem
nos teus dentes
com um cheiro de leite ardente
esguichando na distância



a flor da tua pele
me provoca amor intenso
mas amor é outra coisa
contrária a tudo que penso



Artur Gomes
do livro: Couro Cru & Carne viva - 1987

 

Artur Gomes
Poesia na ponta da língua
se inscreva no canal
https://www.youtube.com/user/cabanagaivotas/videos


 

hoje
nesse tempo frio
me perdi de vista
bem na beira mar
quase beira rio

Federika Lispector

www.fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com


o curral das merdavilhas

o brasil já foi ilha de vera cruz
e nunca foi ilha
já foi terra de santa cruz
e nunca foi santa
hoje ninguém mais se espanta
com o volume das trapaças
no curral das merdavilhas

Artur Fulinaíma
https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/ 








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