Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de Poesia – Memória e Resistência –
Uma Trajetória Multilinguagens
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fosse quântico esse dia
calmo claro intenso inteiro
20 de fevereiro
sendo assim esperaria
mesmo que em meio a tarde
TROVOADAS tempestades
insanidades guerras frias
iniqüidade
angústia
agonia
mesmo assim esperaria
20 horas
20 noites
20 anos
20 dias
até quando esperaria?
até que alguém percebesse
que mesmo matando o amor
o amor não morreria
Artur Gomes
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Bolero Blue
beber
desse conhac em tua boca
para matar a febre
nas entranhas entredentes
indecente
é a forma que te como
bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é
que a fome desse beijo
furta qualquer palavra presa
como caça indefesa
dentro da carne que não sai
Artur Gomes
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sede dos meus olhos
carinhosamente
bebo os olhos teus
pra matar a sede
e aflição dos meus
toda água desse rio
beberia eternamente
pois a minha sede
não se mata de repente
é paixão que não tem hora
pra poder chegar
barco que vai embora
sem saber voltar
navegando mar inteiro
vales rios velas cais
pois a sede dos meus olhos
não se mata nunca mais
Artur Gomes
in Suor & Cio - 1985
na foto: Ana Clara Cardoso
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Froydiana
silvinha.
azul são os teus olhos
a cor dos pelos não conheço
teus seios ainda não toquei.
dracena é uma terra roxa
nave extra terrena que humanos
não decifraram
pequena vagina virgem
onde os dendos ainda não entraram
e os cachos de uvas apodrecem
nos teus dentes
com um cheiro de leite ardente
esguichando na distância
a flor da tua
pele
me provoca amor intenso
mas amor é outra coisa
contrária a tudo que penso
Artur Gomes
Poesia na ponta da língua
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hoje
nesse tempo frio
me perdi de vista
bem na beira mar
quase beira rio
Federika Lispector
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o curral das merdavilhas
o brasil já foi ilha de vera cruz
e nunca foi ilha
já foi terra de santa cruz
e nunca foi santa
hoje ninguém mais se espanta
com o volume das trapaças
no curral das merdavilhas
Artur
Fulinaíma
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