sábado, 9 de agosto de 2025

Artur Gomes 77 Anos de Vida e 52 de Poesia Viva

Balbúrdia PoÉtica

 

Federico rasgou a rede

cortou a censura

colocou a dita/dura

                     na parede

 

poesia ali na mesa

geleia geral – relâmpagos

faíscas da surpresa

 

diariamente no blog

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cidade voracidade

 

ainda ontem queria te ver

mas não pude – cidade rude

oculta atrás do espelho

do outro lado da calçada

não decifrei teu mapa

muito menos cais da lapa

onde queria mergulhar teu rio

desbravar teu cio para depois dormir

 

Artur Gomes

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A Traição das Metáforas

Caipora tem andado atormentada pelos corredores do presídio federal de Brazilírica, a maconha mofada de Juiz de Fora  deve ter provocado  um efeito negativo em seus neurônios, ela tem andado surtada delirando com perturbações mentais, da ordem dos apocalípticos seguidores do santo daime. Dai-lhe misericórdia santo Zeus caso contrário ela vai acabar no cais da lapa, ou procurando jongo em Custodópolis, tendo alucinações com Maria Anita, e se arriscando a levar uma coça de umbigo de boi, e aprender a não olhar só para o seu umbigo.

Na Traição das Metáforas, Macabea já sofreu as consequências pelos mesmos delírios, e nem psicanálise lhe devolveu a sobriedade, ficou cada vez mais dilacerada pela própria língua/espora com que tentava ferir  a barriga do cavalo. Ouça um bom Conselho Caipora aprendi com Chico Buarque – “eu lhe dou de graça, venha minha amiga faça como eu faço inútil dormir que a dor não passa, venha minha amiga brinque com  o meu fogo venha se queimar  eu semeio vento na minha cidade vou pra rua e bebo a tempestade


Artur Gomes

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Artur Gomes – 50 Anos de Poesia

Memória e Resistência – Uma Trajetória Multilinguagens

Com os Dentes Cravados Na Memória 

Em 23 de setembro de 1973, quando ainda trabalhava como linotipista, na Oficina de Artes Gráficas da então, Escola Técnica Federal de Campos, lancei o meu primeiro livro de poesia: Um Instante no Meu Cérebro, prefaciado pelo meu querido amigo Dr. Renato Marion de Aquino.

A poesia que dá título ao livro descreve o funcionamento de uma Linotipo, a máquina que me fez apaixonar pela Tipografia quando de 1961 a 1964 cursei o Ginásio Industrial na Escola Técnica de Campos, ainda situada na Rua Tenente Coronel Cardoso, hoje sede da UNIPLU.

A poesia desse livro, em sua maior parte é dedicada aos meus ídolos da época: Janis Joplin, Jimmi Hendrix, Joe Cocker e Led Zepelin. Eu frequentava a casa de Luiz Ribeiro, (eterno parceiro) e muitas tarde dos anos de 1972 passamos ouvindo rock ou assistindo os ensaios da sua banda Lúcia Lúcifer.

Em 1973 mesmo classifiquei uma canção para o Festival de Música de São Fidélis. Para defende-la criei um trio com dois alunos do curso de Eletrotécnica: meus caros amigos/irmãos: Romeu Carvalho e Ronaldo Bastos e fomos ensaiados pelo saudoso Anoeli Maciel.

Nossa apresentação no Festival em São Fidélis, não foi lá grande coisa, mas ali conheci Paulo Ciranda, que viria a se tornar o grande parceiro musical dessa minha trajetória.

Mas isso é assunto para a próxima postagem.

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Artur Gomes -  2023 50 Anos de Poesia

Memória e Resistência

Uma Trajetória MultiLinguagens

Com Os Dentes Cravados Na Memória – II

 Onde e Quando Começou Minha Paixão pela MPB

 Em 1967/1968 passei um ano entre Rio de Janeiro e Brasília, dentro do Quartel da Cavalaria – Dragões da Independência. Ali mesmo pela TV assistimos ao Festival Internacional da Canção, (TV Globo), onde ouvi pela primeira vez Milton Nascimento cantando Travessia, parceria dele com Fernando Brant.

Logo depois,  assistimos o emblemático  Festival da Record, lançando para o estrelato, Edu Lobo, Gilberto Gil, Chico Buarque e Caetano Veloso. E em 1968, Geraldo Vandré é consagrado com o seu hino anti-ditadura: Para Não Dizer Que Não Falei de Flores, uma parceria com Teo de Barros.

Ali estava sacramentada definitivamente a minha paixão pela MPB, que permanece viva até os dias atuais. Quando voltei do exército em maio de 1968, fui convidado a ocupar a vaga de linotipista na Oficina de Artes Gráficas da então Escola Técnica Federal de Campos , (ETFC), o que aconteceu a partir de 1 de julho daquele mesmo não.

Em 1973 quando lancei o livro Um Instante No Meu Cérebro, ainda morava na Fazenda Santa Maria de Cacomanga. EM 1974, passamos a morar em Campos, na Rua José Perlingeiro Junior, 22, no Parque Jockey Clube, e em um dos passeios que costumava fazer pelo centro da cidade, re-encontrei Paulo Ciranda e lhe apresentei 2 letras que havia acabado de escrever.

Uma semana depois, ele me mostrou as duas já musicadas: Deusas de Marfim e Caminho de Paz. Classificamos as duas no IV Festival de Música de São Fidélis e vencemos o Festival com Caminho de Paz, interpretada na voz de Vitor Meireles (Pardal), e eu ainda ganhei a medalha de Melhor Letra.

O Festival de Música de São Fidélis, era realizado na época, pela Secretaria de Turismo, que tinha como titular Mauri Simão, um grande entusiasta da cultura musical na cidade. A partir de então, ganhamos um grande fã na cidade, o advogado Fidélis Pereira.

A notícia sobre a nossa vitória em São Fidelis, chegou pela voz do radialista Nicolau Louzada, que integrou a Comissão Julgadora do referido Festival, e logo fomos convidados para a Festa de Fim de Ano, do também radialista Ismael Luis(Bolinha), realizada no Clube de Regatas Campista, onde pela primeira vez em Campos, nos apresentamos acompanhados pelo grupo Turma do Campo, composta por Paulo Ciranda, Vitor Meirelles, Apolinário, Leozinho, Abelha e Inês.

 E logo depois se inicia a minha incursão pelos palcos de Campos dos Goytacazes, no Teatro de Bolso, com o musical Gotas de Suor, produzido e dirigido por Kapi.

 Assunto para a próxima postagem

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Ente/Vistas

 

Concedendo entrevista ontem 15 de agosto 2025 a Raphael Fuly, licenciando em música no IFF Guarus, sobre a minha trajetória com Arte dentro da ETFC/CEFET/IFF, de 1968 a 2012. Raphael é orientando pela queridíssima amiga  Beth Rocha, parceira de grandes espetáculo de Teatro Musical que montamos no CEFET/IIF a partir de 1997, tais como “O Dia Em Que A Federal Soltou a Voz e Criou  Um Coro de 67 Vertebrados”, espetáculo que foi apresentado em 1997 no Auditório Miguel Ramalho, marcando a chegada  de Beth no CEFET/Campos e o meu retorno de uma licença prêmio para coordenar a Oficina de Artes Cênicas, que criei em 1975.

A entrevista foi realizada no Casarão - Centro Cultural, na Rua Salvador Correia, 171. Raphael Fuly, é integrande de uma banda formada por estudantes de música no IFF, contemplada em edital na lei Aldir Blanc, dia 22 deste a banda estará se apresentando no Museu Histórico de Campos, e um dos integrantes da mesma, Pablo Vinícius, que em 2022 participou do meu Projeto Geleia Geral – Semana de 22 – 100 Anos Depois, me pediu licença para nomear  a banda com o nome Balbúrdia PoÉtica, o que imediatamente autorizei, e no dia 22 pretendo batizá-la tornado-a minha afilhada.

Como bem disse lá pelos idos de 2005, quando fui contemplado no projeto Poesia Na Idade Mídia – Outros Bárbaros, de Ademir Assunção realizado no Itaú Cultural São Paulo, no poema VeraCidade: - por quê trancar as portas/tentar proibir as entradas/se eu já habito os teus 5 sentidos/e as janelas estão escancaradas.

* 

VeraCidade

 

por quê trancar as portas

tentar proibir as entradas

se já habito os teus cinco sentidos

e as janelas estão escancaradas ?

 

um beija flor risca no espaço

algumas letras de um alfabeto grego

signo de comunicação indecifrável

eu tenho fome de terra

e esse asfalto sob a sola dos meus pés

agulha nos meus dedos

 

quando piso na Augusta

o poema dá um tapa na cara da Paulista

 

flutuar na zona do perigo

entre o real e o imaginário

João Guimarães Rosa

Caio Prado

Martins Fontes

um bacanal de ruas tortas

 

eu não sou flor que se cheire

nem mofo de língua morta

o correto deixei na Cacomanga

matagal onde nasci

 

com os seus dentes de concreto

São Paulo é quem me devora

e selvagem devolvo a dentada

na carne da rua Aurora

 

Obs.: em 2023 quando fui convidado por Sylvia Paes, para voltar a prestar serviços na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, escrevi o projeto Campos VeraCidade, que até hoje está engavetado, porque não há interesse na gestão pública da cidade, em fomentar um projeto de Arte Cultura, que reflita profundamente sobre a cidade, no que ela foi, o que ela é e o que ela pode ser. 

*

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Artur Gomes A Biografia de Um Poeta Absurdo

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As fotos são de Nilson Siqueira

Artur Gomes

77 anos de vida

 52 de Poesia Viva

Dia 27 de agosto 20h

Carioca Bar –Rua Francisca Carvalho de Azevedo 17 - Parque São Caetano

Próximo ao Colégio Estadual João Pessoa – Campos dos Goytacazes-RJ

Dia 11 de outubro  18h

Casa AmarElinha – Itaipu – Niterói-RJ

 

1º de Abril

 

telefonaram-me

avisando-me que vinhas

 

na noite uma estrela

ainda brigava

           contra a escuridão

na rua

sob patas

tomavam homens indefesos

 

esperei-te 20 anos

até hoje não vieste à minha porta

 

- foi um puta golpe!

 

Artur Gomes

A Biografia de um poeta Absurdo

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                Balbúrdia Poética

Artur Gomes in Pessoa

nesta segunda 11 de agosto 15:30h

no C. E. Nilo Peçanha -

Campos dos Goytacazes-RJ

 

Itabapoana Pedra Que Voa

 

dia desses sonhei com alquimia

ciência da transformação

na prova dos nove é alegria

o coração da pedra vira pássaro

e voa para outra dimensão

 

Artur Gomes

do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema - Litteralux 2025 

https://www.instagram.com/p/DNMMsUevmB7/

Dia 27 agosto – 20h

Carioca Bar – Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17 – Parque São Caetano – Campos dos Goytacazes-RJ

 

Goytacá Boy

 

musicado e cantado por Naiman

no CD fulinaíma sax blues poesia

2002

ando por São Paulo meio Araraquara

a pele índia do meu corpo

concha de sangue em tua veia

sangrada ao sol na carne clara

juntei meu goytacá teu guarani

tupy or not tupy

não foi a língua que ouvi

em tua boca caiçara

 

para falar para lamber para lembrar

da sua língua arco íris litoral

como colar de uiara

é que eu choro como a chuva curuminha

mineral da mais profunda

lágrima que mãe chorara

 

para roçar para provar para tocar

na sua pele urucum de carne e osso

a minha língua tara

sonha cumer do teu almoço

e ainda como um doido curuminha

a lamber o chão que restou da Guanabara

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

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