Balbúrdia Poética 4
Artur Gomes
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''Miragem
Chegou, impressentida e silenciosa,
Com uma saudade eslava nos cabelos
E um ritmo de crepúsculo ou de rosa.
Os olhos eram suaves e eis que ao
vê-los,
Outra paisagem, fluída, na distância,
Sugeria doçuras e desvelos.
No coração, agora já sem ânsia,
paira a serenidade comovida
que lembra os puros cânticos da
infância.
Logo depois se foi, mas refletida
nesse espelho interior, onde as
imagens
se libertam do tempo, além da vida,
Olenka permanece, entre miragens.''
Carlos Drummond de Andrade (1955)
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Olga Savary - poeta, poetisa não
No blog Mostra Visual de Poesia Brasileira, estamos prestando uma homenagem a memória e a poesia de Olga Savary, por toda a sua luta em favor da poesia no Brasil. Fomos vizinhos de 1983 a 1987, quando morei no final da Rua Gomes Carneiro e início da Visconde de Pirajá em Ipanema e ela na Sá Ferreira em Copacabana.
Foram incontáveis as madrugadas que varamos saboreando vinhos e conversando sobre tudo que diz respeito a poesia. Inúmeras vezes fomos juntos aos ensaios da Mangueira, sua grande paixão. O Carnaval de 1984 assistimos pela TV em seu apartamento, jogando baralho até o raiar dia.
Gratidão eterna.
Aceita-se contribuições
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Em 1984 poemas meus foram publicados na Antologia Carne Viva, organizada por Olga Savary, considerada a primeira Antologia de poesia erótica publicada no Brasil, com a presença de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant´Anna.
Carne Proibida
o preço atual
proíbes que me comas
mas pra ti
estou de graça
pra ti
não tenho preço
sou eu quem me ofereço
a ti
músculo & osso
leva-me à boca
e completa o teu almoço
Artur Gomes
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sagaraNAgens fulinaímicas
guima meu mestre guima
em mil perdões eu te peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste
da hygia ferreira bem casta
aqui nas bandas do leste
a fome de carne é madrasta
ave palavra profana
cabala que vos fazia
veredas em mais sagaranas
a morte em vida severina
tal qual antropofagia
teu grande serão vou cumer
nem joão cabral severino
nem virgulino de matraca
nem meu padrinho de pia
me ensinou usar faca
o da palavra o fazer
a ferramenta que afino
roubei do mestre drummundo
que o diabo gira mundo
é o narciso do meu ser
Artur Gomes
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meu santo daime um querubim e leve federico baudelaire de volta pra iriri meus cardápios são familiares a tempos estou em greve de sexo o e endomoniado e satânico não me dá sossego nem com poema de fernando pessoa já apelei até para a bahia de todos os santos jorge amado ogum oxumaré fiz despacho pra iansã na boa viagem flores pra yemanjá e o bendito não sossega apela pra rúbia de nada vale ela também não quer mais o rejeitado lá mergulhando em suas águas
Federika Lispector
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remix fulinaímico
suor & cio revisitado
a quem interessa o poema
na sala escura do cinema
o verso atravessado na garganta
nesse país que não levanta?
entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha
na noite uma estrela
ainda brigava contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam homens indefesos
e meus versos descarados
em teus lábios – presos
gigi em ouro preto
me deu um beijo na boca
quando ouviu
alguém cantando milton
ali em frente no porão
um país incendiado
e o poeta segue sempre
o seu destino em marginalha
o seu caminho em contra-mão
Artur Gomes
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema
tudo aquilo que não digo
eu diria
tudo aquilo que não digo
não foi ainda pensado
triturado mastigado consumido
digo
:
preste mais atenção
em tudo aquilo que não digo
me dizia paulo leminski
olhando poema de kandinski
tatuado em meu umbigo
EuGênio Mallarmè
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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mitologia serafínica
irina estava vestida de beatriz primeira posava para mais um clássico do surrealismo de magrite no quarto preparava a cama para a chegada de wermer a alta temperatura do verão de sorocaba alterou a visão pictórica do pintor da menina dos brincos de pérola que no jardim enfiava o pincel por entre a espessa barba esperando a primavera lady gumes apressada como sempre se aproveitou da cama e vive uma calorosa noite de amor sem mesmo querer saber quem era a serafina debaixo dos lençóis maranhenses
Pastor de Andrade
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mitologia sagarânica
salvador alisa os bigodes de dali macabea ensandecida morre ali mesmo em sucupira no presídio federal de brazilírica porcina mete a língua na faca de lorca as unhas sujas de irina cortam morangos mofados na fruteira enquanto odorico ordena zeca diabo a organizar o enterro das camélias diadorim sopra o cano da garrucha pendurada em seu olho esquerdo sagarânica em polvorosa comemora mais uma noite de são joão
EuGênio Mallarmè
In Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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mitologia fulinaimânica
explicitamente picasso nunca nos disse guernica o que signi-fica o corpo do fonema aliterações alisam a orelha de van gog fartura farta fogo farra festa federico baudelaire tocando fado pras fadinhas de vênus falarem com a fênix do farol de alexandria enquanto freud nem fode nem explica o que aconteceu na sexta feira no luau das laranjeiras depois que federika furtou a farinha do desejo de toda família do império das bananas no largo do machado infeliz das oliveiras
Irina Serafina
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