sábado, 30 de agosto de 2025

Geleia Geral - Faíscas da Surpresa


Balbúrdia PoÉtica

Geleia Geral – relâmpagos

faíscas da surpresa

 

viver é delicado

argumento de samba

sentimento de fado

 

           Lau Siqueira

faíscas da surpresa é um termo encontrado pelo professor e crítico Fábio Lucas, para definir os poemas publicados no projeto: Vista-se de Poesia, criado por Artur Gomes no verão de 1985 – e hoje deve ter mais Balbúrdia PoÉtica, mas como já estou na estrada novamente em direção a Iriri vou perder essa.

Dia 7 de setembro tem Feira Cultural no Morrinho, o reduto da Mocidade Louca, a minha Escola de Samba da Juventude em Campos dos Goytacazes – porque atualmente a minha atual  é a Mocidade Independente de Padre Olivácio – A Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo – A Sylvia Paes já me avisou que vai estar presente -

Luis Turiba dá o toque: Todo Dia É Dia D Poesia Todo Dia enquanto a Bric a Brac não vem me leiam no ArteCult.com pra sacudir a calmaria com Jorge Ventura também, que   o trem das 7 já vem vindo com Raul Seixas resumindo os seus 10 mil anos atrás.

Meg a que não Lee mas muitas vezes vi querendo lê-la em tantas páginas em branco que não escrevi por noites claras que vivi sem ao menos  vê-la e tanto que desejava tê-la e não tive Stive Wonder  me disse que em ninhos de juriti as  altas ondas disseram que esse mar tem mistérios com  asas de bem-te-vi e voa prá lá e prá qui.


É urgente e preciso estar atento e forte, ontem na estrada para o norte no sul do Espírito Santo, encontramos  um carro forte com seis espíritos de porcos tentando prender um poema, no para-choque do carro ligado no Jimmi Hendrix.

era uma vez um mangue

e por onde andará

                     Macunaíma?


Terminaram ontem as inscrições para a 5ª Edição do Festival Cine Urutu. FESTIVAL CINE URUTU é o primeiro festival de cinema de Pindamonhangaba, interior de São Paulo.

Em 2025, será realizada a 5ª edição do evento, organizado pela produtora Casa Cinematográfica e IACAM - Instituto Artístico e Cultural Arte Mais.

São aceitos curtas-metragens de até 20 minutos em língua portuguesa ou legendados.

Tem uma velha geladeira no Carioca Bar que pode estar cheia de livros para qualquer um se deleitar no universo das letras palavras soltas ao vento reunião de elementos que fazem o povo pensar, e pensar é mais que preciso e nesse momento é urgente pra que gente que vira bicho voltar de novo a ser gente


desejo-te pelo menos

enquanto resta

partícula mínima

micro solar floresta

sendo animal da mata atlântica

quântico amor ou meta física

tudo que em mim não há respostas 


Federico Baudelaire

diariamente no blog 

https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/


      O Boi-Pintadinho

 

levanta meu boi levanta

que é hora de viajar

acorda boi, povo todo

povo e boi tem que lutar

 

levanta meu boi mineiro

pintadinho e brasileiro

ninguém quer que o ferro em brasa

entre vivo sem seu traseiro

boi-animal de minha casa

mugindo em berro e desespero

 

levanta meu boi levanta

 

levanta meu boi menino

de poucos anos de história

tua carne não foi santa

nem santa a carne será

cataram teu ouro todo

e secarão teu paraná

 

levanta meu boi levanta

 

levanta que é tempo ainda

boi do frevo de Olinda

pois as tardes que eram mansas

estão caiadas de suor

mas teu passo é uma dança

vem traze coisa melhor

 

Fragmento do livro O Boi-Pintadinho de Artur Gomes, musicado por Paulo Ciranda – música vencedora do Festival de Miracema em 1981 – posteriormente

Cantamos na TVE-Rio e em 1982 Ciranda cantou O Boi-Pintadinho no programa Som Brasil pilotado por Rolando Boldrin na TV Globo.

 

O livro O Boi-Pintadinho, foi lançado em 1980com prefácio de Osório Peixoto Silva e imediatamente o transformei em Auto para  Teatro Popular de Rua. Na primeira versão ainda em 1980, tínhamos no elenco, personas do teatro popular de Campos dos Goytacazes-RJ, como Amauri Joviano(dançarino), Pavuna, Verton, Ferrugem, Guilherme Leite, Gina Ruelles e Rosinha (Garotinho). A orquestra do Boi, era formada por estudantes da ETFC(Escola Técnica Federal de Campos), integrantes da Banda Marcial Olímpio Chagas.

Em 1981 passaram a integrar o elenco alunos da Oficina de Teatro, que  dirigi de 1975 a 2002. Houve um período nessa época, que o meu parceiro Paulo Ciranda, morou em São Paulo, no apartamento do seu irmão Zilmar Araújo, que era técnico de gravação da gravadora Continental.

Nas minhas idas e vindas a São Paulo conheci um grupo de Teatro que encenava na época o espetáculo teatral Bumba-Meu-Queixada, veja no link abaixo:

file:///C:/Users/artur/Pictures/jornal-olho-vivo-nc.pdf  - esse espetáculo me deixou criado dentro de sindicato de metalúrgicos, me deixou por 7 anos, refletindo o que fazer com o meu Boi-Pintadinho.

E em 1987 criamos a Ciranda do Boi Cósmico, um boi vestido de poesia, criado por Marcos Guimarães Maciel, professor do Laboratório de Eletro da então ETFC. Por ser um boi-eletrônico só encenávamos com ele pelas ruas de Campos em horário noturnos, porque seus olhos, duas lâmpadas movidas por uma bateria de 6 volts, piscavam de acordo com os seus movimentos.

Em 2023 na minha última passagem pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, dentro do Curso de Teatro de Rua, que criamos em parceria com Lucia Talabi, criamos o Auto do Boi Macutraia, misturando fragmentos de Macunaíma com o lendário Bracutaia da praia de Gargaú em São Francisco do Itabapoana-RJ. Todas as encenações que fizemos na rua, tiveram a participação de integrantes do núcleo de Teatro Letras Em Movimento, coordenado por Guilherme Freitas.  


O meu boi pernambuc

ano

dos cordéis dos Garanhuns

cada verso em teus açoites

rasga os panos dos nenhuns

com as espadas de São Jorge

        com as rezas dos Oguns  

 

o meu boi é brasileiro

êta boi cabra concreto

se um dia passa fome

noutros dia nós come

             o campos neto

 

o meu boi é veranista

o meu boi é macutraia

misturamos Macunaíma

com o lendário bracutaia

 

ê meu boi da paraíba

mesmo fosse alagoano

nosso Brasil é soberano

e não vamos nos render

pra esse tal de trump americano.

 

Artur Gomes

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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Artur Gomes 77

 

27 de agosto
com muito gosto
fazer setenta e sete
outra coisa me disse
fulinaíma
pra definir o que faço
o traço a cada compasso
pensado sentido vivido
estando inteiro
não par/ti/do
a língua ainda
entre/dentes
a faca
ainda mais afiada
a carNAvalha in/decente
escre/v(l)er
é tudo o que posso
pra desafinar os contentes
desempatar de/repente
o jogo dos reles bandidos
é tudo o que tenho feito
por mais que tenha sofrido
nas unhas dos dedos
nos nervos
na carnadura dos ossos

Artur Gomes

Hoje Balbúrdia PoÉtica especial
no Carioca Bar - Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17
Parque São Caetano - Campos dos Goytacazes-RJ
Espero vocês lá, a partir das 18h

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Artur Fulinaimagens
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terça-feira, 26 de agosto de 2025

tecidos sobre a terra

             Tecidos sobre a Terra

 

Terra,

antes que alguém morra

escrevo prevendo a morte

arriscando a vida

antes que seja tarde

e que a língua

da minha boca

não cubra mais tua ferida

 

entre aberto

em teus ofícios

é que meu peito de poeta

sangra ao corte das navalhas

e minha veia mais aberta

é mais um rio que se espalha

 

amada de muitos sonhos

e pouco sexo

deposito a minha boca no teu cio

e uma semente fértil

nos teus seios como um rio

 

o que me dói é ver-te

devorada por estranhos olhos

e deter impulsos por fidelidade

 

ó terra incestuosa

de prazer e gestos

não me prendo ao laço

dos teus comandantes

só me enterro à fundo

nos teus vagabundos

com um prazer de fera

e um punhal diamante

 

minha terra

é de senzalas tantas

enterra em ti

milhões de outras esperanças

soterra em teus grilhões

a voz que tenta – avança

plantada em ti

como canavial que a foice corta

 

mas cravado em ti

me ponho a luta

mesmo sabendo – o vão

estreito em cada porta

 

MOENDA

 

usina

mói a cana

o caldo e o bagaço

 

usina

mói o braço

a carne o osso

 

usina

mói o sangue

a fruta e o caroço

 

tritura suga torce

dos pés até o pescoço

 

e do alto da casa grande

os donos do engenho controlam

:

o saldo e o lucro

 

Artur Gomes

poema dos livros: Suor & Cio

MVPB Edições - 1985

e Pátria A(r)mada

Editora Desconcertos – 2019

Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio-2020 – lançamendo da segunda edição ampliada em 2022

gravado no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia

2002

 

PoÉticas ArturiAnas

www.arturkabrunco.blogspot.com

desconfiguração do corpo

 

os estilhaços do corpo

estão espalhados

nas cidades

:

pernas aqui

braços ali

cabeças acolá

na total desconfiguração

:

- cabeça/tronco/membros

as cidades estão entupidas

de fragmentos de populações

destroçadas em desespero

a crueldade é tanta

que dificilmente em qualquer cidade

se encontra um ser humano por inteiro

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux - 2020

www.secretasjuras.blogspot.com 

metaforicamente

 

passarás

não verás

país nenhum

             nunca

tua carne desossada

nonada tão real

visceralmente explícita

onde tudo vale nada

 

desconhecido

 

eu quero ser

visto apenas

por entidades ocultas

           olhos invisíveis

pedras

peixes

plumas

pássaros

 

as meninas do Leblon

 

as meninas do leblon

não sobem ao vidigal

pensam que as pedras

lá de cima

cheiram mais que o anormal

 

mas a flor de lótus

           flor de cactos

           flor delírios

cheiram muito mais

            que as pedras

que elas não querem cheirar

no vidigal

 

Artur Gomes

O homem com a flor na boca

www.arturfulinaima.blogspot.com

com os dentes

cravados na memória

para Paulo Ciranda

 

em Itacoatiara o mar  me beijou a boca 

na praia no verão de dois mil e dezessete

sinto o gosto agora

como se Itaipu fosse Pedra Dourada

com um beijo de São Paulo

Itapetininga ou mesmo uma  Itaocara

onde estivemos  em mil novecentos

 e setenta e seis numa Balada Pros Mortais

que em mil novecentos e setenta e sete 

 transbordou Ave da Paz

primeira da nossa safra

com registro fonográfico

gravada por Biafra

depois em Miracema mil novecentos e oitenta e um

 dançamos com um Boi Pintadinho

nossa canção ao vento Fotografia Urbana

mais uma vez Itaocara mais  um Festival dos Festivais

em mil novecentos e oitenta e dois 

e a ciranda gira nessa roda gigante

que vai bordando sonoridades no tempo

 

Artur Gomes

PoÉticas ArturiAnas

https://www.facebook.com/arturgomespoeta

manguinhos

poema em linha torta

 

geograficamente

lapa para mim são 3

em campos no rio e em sampa

em mil novecentos e noventa em seis

quando publiquei sampleando

pela primeira vez

uma ninfeta paulista

me perguntou onde era

a lapa do poema

de manguinhos lhe respondi

:

o poema pode ser um beijo em tua boca

 

há tempos não tenho paciência

para respostas concretas

se no poema o poeta faz referências

a estação da luz av. paulista

consolação água branca barra funda

essa lapa só pode ser em sampa

né cara pálida ninfeta analfabeta


 Federico Baudelaire

https://www.facebook.com/federicoduboi


gargaú

 

aqui signos

não casam com significados

cada um segue sua trilha

cada um segue seu atalho

eita povo pacato pra caralho

assombro sobe em minha telha

e

com a língua/navalha carNAvalho

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux - 2020

www.secretasjuras.blogspot.com 

guaxindiba

aqui passávamos carnaval na juventude e éramos recebidos com grande amor onde acampávamos no quintal do pescador 5 da madruga íamos colher rede do pescado e passávamos a semana comendo  peixe assado no buraco de areia com cachaça cerveja e mariola  em guaxindiba conheci a minha primeira sereia angélica flor do bosque e foram anos de luas e serestas ruas e florestas estrelas incendiárias

Artur Gomes Fulinaíma

fulinaimicamente

www.fulinaimicamente.blogspot.com

suspenso

no Ar

não penso

atravesso

o portão da tua casa

o corpo em fogo

a carne em brasa

tudo arde

nas cinzas das horas

no silêncio da tarde

vou entrando sem alarde

sem comício

como o pássaro

que acaba de cantar

em pleno hospício

você pensa que escrevo em rua reta ou estrada sinuosa para você poesia é verso do inverso ou avesso de uma prosa? escrevi pscanalítica 67 em mil novecentos e sessenta e sete numa madrugada de setembro outubro quando visitei meu pai no henrique roxo e vi vespasiano contra a parede dando cabeçadas no manicômio mais uma vida exterminada e no fim das contas noves fora nada tudo o que eu queria dizer naquela hora explode agora quando atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa sem pensar estética estrutura estilo de linguagem sinto o desejo entre os teus mamilos a espera do beijo da esfinge que devora

Artur Gomes

PoÉticas ArturiAnas

www.arturkabrunco.blogspot.com



quanto mais me re-par-to

muito mais me mul-ti-pli-co

 

pastor de andrade

fedeika lispector

gigi mocidade

federico Baudelaire

rúbia querubim

federika bezerra 

eugênio mallarè

 

parabolicamará minha antena parabólica fio terra para minhas intervenções intragaláticas nas multi-i-transversais relações humanas para o planeta que virá

 

Artur Gomes

o criador das mutltitransações fulinaímicas

www.fulinaimagens.blogsot.com

1

BordeLíricas

 

Dionísio bêbado de noites

pelos Cassinos de Bento

transa nos pergaminhos

depois de um tapa no branco

com uma puta dama nos becos

e algumas garrafas de vinho 


aqui

em casa

lavo pinto bordo

o corpo

a alma

os pelos

cada um que

pinte seus delírios

cada um que

desenrole

seus novelos

 

 EuGênio Mallarmè

o antropofágico fulinaímico 

https://www.facebook.com/EuGenioGumes

2

o desconcerto na frase

está no corte

no verso

formiga carregando folhas

nas costas

o formigueiro instaura

uma colmeia de dados

que o tempo

ainda não decifrou 


 

pássaros elétricos

           vivem a vida

           por um fio

 

Federika Lispector

Jornalista na Igreja Universal do Reino de Zeus 

3

Irreverência Ou Morte! 

Gigi Mocidade

Rainha da Bateria da Mocidade Independente de Padre Olivácio - A EScola de Samba Oculta No InConsciente Coletivo

https://www.facebook.com/gigimocidade 

4

no universo paralelo

tenho mestrado bíblico

em chá de cogumelo

 

Pastor de Andrade

patrono da Igreja Universal do Reino de Zeus

https://www.facebook.com/pastordeandrade

5

fiz um trato com o sarcasmo

o bom humor a ironia

única forma que encontrei

para fazer a travessia 


poema insPirado

no Trato, poema de Ademir Assunção

do seu livro Risca Faca que acabo de ler

na coletânea poetas vivos –

blog Fulinaimicamente – TransPoÉticas –

https://fulinaimicamente.blogspot.com/2022/02/coletanea-poetas-vivos_23.html 

Para Pagu

in memória

 

vontade de voltar

a correr por pradarias

num cavalo selvagem

sem celas rédeas arreios

ou cancela

indo ao encontro

dos vagabundos

livre leve solta

nua como vim ao mundo 


Rúbia Querubim

a grande musa fulinaímica

https://www.facebook.com/rubiaquerubim

6 


Travessia Campestre

para RúbiaQuerubim

e Sérgio Sampaio in memória

 

a travessia você faz

como quiser

ou como pode

 

no lombo do cavalo

ou na garupa do bode 

Federika Bezerra : A Porta Bandeira

Que BorTou Olivácio Doido

 

 

Em mil novecentos e vinte e cinco

na noite de orgias satanazes

um raio de trovão incandescente

rachou a igreja em Goytacazes

um vulto do despacho então desceu

movido por farol de grande luz

tocou na pedra quebrou cruz

a Rainha do Fogo dessa gente


Federika de ouro azul e prata

na porta da igreja foi parida

criada pelo Padre Olivácio

que logo depois lançou na vida

aos cindo de idade encantada

foi pega masturbando em sacristia

por causa de um sonho com o príncipe

DuBoi da mais sagrada putaria


Expulsa da cidade foi pra longe

cresceu entre os jardins de JardiNÓpolis

mas se você pergunta Freud Explica:

- o seu palácio agora é em Petrópolis


Aos dezenove plena de alegria

conheceu Gigi da Bateria

na porta do Beco de Satã

na festa federal do Bar da Lama

 

a Deusa dos Lençóis de toda cama

sorrindo para ver como é que fica

dá um corte na história inverte o drama

e transforma Ouro Preto em Vila Rica


e assim vamos cantar em verso e prosa

a saga dessa Deusa Iansã

que em busca da mordida na maçã

sonhava encontrar Guimarães Rosa


Viemos do SerTão para os seus braços

porque a Mocidade Independente

é a mais fina e pura Flor do Lácio

afilhada do secular Padre Miguel

e fiel ao seu pai Padre Olivácio

e para completar a grande roda

trazemos o cacique Pau BraZil

o centenário Oswald de Andrade

filho da paulicéia que pariu!


Passando pelas bandas do Catete

dançando na maior intensidade

macumba com o índio brasileiro

nossa Ex-Cola campeã da liberdade

Federika engravidou o grafiteiro

do famoso cacete Samaral

que escrevia pelos muros da cidade:

Mocidade já ganhou o Carnaval!


e assim vamos cantar na grande roda

tudo o que deu e o que não deu

o dia que um pastor bem  collorido

pensou ser pai de santo e se fudeu!


a mulher do tempo

linda felina de fellini

que o meu olho felino

descobriu

 

extasiado me pergunto

:

quem foi o grande zeus

que inventou

ou foi a mãe de eros

que pariu ?

Federico Baudelaire

mestre salada Mocidade Independente de Padre Olivácio - A Escola de Samba Oculta no InConscinete Coletivo

https://www.facebook.com/federicoduboi

7

Aos cinco anos de idade

minha mãe não me assumiu

e me entregou pro padre

que morava com uma freira

cresci então na Mocidade

e me tornei Porta Bandeira

 

Federika Bezerra

https://www.facebook.com/onomedamusa


Pátria A(r) mada

www.arturgumesfulinaima.blogspot.com

      Bolero Blue


beber desse conhac

em tua boca

para matar a febre

nas entreanhas entredentes

indecente é a forma

que te como bebo ou calo

e se não falo quando quero

na balada ou no bolero

não é por falta de desejo

é que a fome desse beijo

furta qualquer outra palavra presa

como caça indefesa

dentro da carne que não sai

Este poema ficou por 6 anos, sendo gestado nas entranhas entredentes para ser parido. Em 1996 na primeira vez que fui a Bento Gonçalves, para o Congresso Brasileiro de Poesia, a convite do seu criador o poeta e jornalista Ademir Antônio Bacca, conheci a musa que o inspirou, na época estudante de Arquitetura.  Ficamos por um longo tempo trocando Metáforas de Fogo, através de cartas incendiárias.

Até que numa madrugada de 2002 num dos bares de Bento, que frequentávamos,  durante a realização do evento, ele nasceu cara a cara olho no olho escrito num guardanapo. Essa  passagem está em versos no poema A Poesia Pulsa, do livro O Poeta Enquanto Coisa – Editora Penalux – 2020.

Artur Gomes

www.personasarturianas.blogspot.com

por onde andará macunaíma?

1º de Abril   telefonaram-me       avisando-me       que vinhas na noite uma estrela ainda brigava contra a escuridão   na rua sob patas    ...